Maronil Martins, aposentado nascido em Lages, SC, é um artista surrealista brasileiro. Foi influenciado por tragédias, incêndios e acidentes q vivenciou como bombeiro militar e começou a fazer arte surreal. Fez várias exposições na Fundação Cultural de Lages, Circuito Cultural do SESC, entre outras. Escolhido pelos curadores do Tela Digital com o documentário curta audiovisual “Arte Surreal”, fazendo parte do acervo do TV Brasil. Ganhador da Medalha Cultural Salvador Dali do Rio de Janeiro.
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O surrealismo é uma escola artística que nasce na literatura e que prega uma grande liberdade na criação. Afastando-se do formalismo e buscando no inconsciente, no que foge à realidade, a sua matéria-prima.
ResponderExcluirO termo foi cunhado por André Breton e se encontra no contexto dos movimentos modernistas europeus. Com forte influência das teorias psicanalíticas de Freud, o surrealismo tenta se afastar da lógica e da razão nas produções artísticas.
O resultado é uma arte simbólica, cheia de elementos que saem da racionalidade, despindo objetos cotidianos de sua lógica normal
As obras de cunho surrealista dão margem à diversas interpretações já que são carregadas de simbolismos e possuem poucas representações diretas da realidade. A Persistência da Memória nos fala sobre a noção da temporalidade e da memória.
ResponderExcluirNOVEMBRADA: LAGES E A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL
ResponderExcluirE eu estava lá !!!
Há exatos 44 anos, no dia 30 de novembro de 1979, um grupo de estudantes catarinenses, mesmo sem ter a noção, e a dimensão do que se seguiria a partir daquela manifestação, dava, literalmente, o “empurrão” que faltava para a deflagração do processo de redemocratização do país. O General João Batista Figueiredo era o Presidente da República e Jorge Bornhausen o Governador do Estado.
A inflação atingia cifras exorbitantes e alguns dias antes, os combustíveis, por determinação do governo federal, haviam dobrado de preços.
Florianópolis, por ordem do Governo do Estado, amanheceu enfeitada de faixas, balões e bandeirinhas, os servidores estaduais foram “convocados” a prestigiar as solenidades, os estudantes das escolas estaduais receberam “bandeirinhas” para agitar, no caminho entre o aeroporto e o centro da capital. A população estava nas ruas, supostamente para receber o Presidente da República.
Na Praça XV de Novembro, a multidão esperava por Figueiredo e sua comitiva, e bastou uma atitude mais ousada dos estudantes presentes, para que a Capital catarinense entrasse para a história com o episódio que ficou conhecido como a “Novembrada”.
O destempero do Presidente Figueiredo, e o pouco caso das autoridades de então para com as coisas que afetavam diretamente a população foram o estopim para o confronto iminente entre o Governo Federal, Estadual e a população. Figueiredo reagiu, gestual e verbalmente, de forma inadequada à manifestação dos estudantes que em poucos minutos receberam o apoio da massa presente ao evento, transformando a Praça XV e arredores num cenário de conflitos que se estenderia por alguns dias. ENIO RIBEIRO FILHO.
NOVEMBRADA LAGES E REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL E EU ESTAVA LÁ.Mesmo acuado pela população, o Presidente Figueiredo manteve a disposição de ir até um famoso café na Rua Felipe Schmidt tendo sido cercado pelos manifestantes, e na troca de insultos e empurrões, o Ministro Cesar Cals, responsável pelos constantes aumentos da gasolina, acabou sendo agredido por populares .
ResponderExcluirO caos estava instalado. Florianópolis viveria dias de achacamento até então nunca registrados. A ditadura, ainda presente à época, reagiu da forma contumaz, e em poucas horas, o grupo de estudantes liderados pelo Presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFSC Adolfo Dias era responsabilizado e enquadrado na Lei de Segurança Nacional como responsáveis pelos fatos que acontecera.
O então Deputado lageano Francisco Küster, era o líder de oposição na assembléia e junto com o também Deputado Murilo Canto posicionaram-s ao lado dos estudantes e da população. O Deputado Küster, mesmo em sua imunidade parlamentar, chegou a ser agredido fisicamente por oficiais à serviço da ditadura.
Dirceu Carneiro, então Prefeito de Lages, numa operação que visava preservar a integridade dos estudantes, abrigou em nossa cidade Adolfo Dias, Lígia e Sergio Giovanella, Marise Lippel, Alexandre Mosquito, dentre outros. Após alguns dias de negociações, estes foram apresentados à Justiça Federal, em Curitiba pelo advogado Nelson Wedekin que sete anos mais tarde, seria eleito, em sublegenda, junto com Dirceu Carneiro, para o Senado da República.
Lígia Giovanella, alguns anos depois, chegou a trabalhar como médica em Lages, tendo ajudado a implantar o SUS sistema até então desconhecido de medicina comunitária, junto com os médicos lageanos Celso Anderson de Souza e Laércio Dallazen.
Muitos dos detalhes da “Novembrada” permanecem até hoje envoltos em desconhecimento da população, e a maioria dos lageanos, desconhecem que políticos que aqui fizeram história, tiveram papel decisivo no ato que deu a partida para a consolidação do processo de redemocratização do país.
A “Novembrada” contribuiu para que o país começasse a se dar conta do que acontecia, e como fato político de destaque na história contemporânea brasileira recente, certamente foi a largada para que em 1985, mesmo que ainda indiretamente, via colégio eleitoral, o Brasil elegesse Tancredo Neves para a Presidência da República, inaugurando um novo tempo para a consolidação da democracia, que ainda precisa de ajustes, no Brasil.
por Enio Ribeiro Filho .